Depois de ter lido de forma atenta os vários resumos produzidos pela turma, devo antes de mais dar os parabéns a todos pelo excelente esforço de resumo e de destaque dos essenciais princípios do artigo trabalhado.
Neste sentido queria, antes de mais referir aquilo que de mais destaque me ficou dos vários artigos:
1) ACHTEMEIER, Sue D.; MORRIS, Libby, V.; FINNEGAN, Catherine L. (2003) "
Considerations for Developing Evaluations of Online Courses": Este artigo versa sobre dois factores essenciais: os indicadores de sucesso na formação online por um lado e, as perguntas fundamentais a serem utilizadas para avaliar a utilidade dos instrumentos de análise das experiências dos alunos em curso online, por outro. Após a análise destes dois factores o grupo Developers referiu que o artigo manifesta ainda preocupação no facto de, entre 18 questões de base para avaliar as experiências dos cursos online, os estudos revelam estarem ausentes muitas vezes questões ligadas à cooperação entre os estudantes, da aprendizagem activa, do diálogo entre aluno / professor e entre aluno / aluno, bem como à rápida resposta relativamente à recepção de trabalhos. Efectivamente, e como o grupo refere, ‘se pretendêssemos construir um inquérito de avaliação da qualidade dos cursos online, quais seriam os principais aspectos a incluir?’ Tarefa difícil, mas resposta não muito complexa (de acordo com as orientações do artigo).
2) CARR-CHELLMAN, Allison & DUCHASTEL, Philip (2000) "
The ideal online course": o artigo trabalhado pelo grupo Van Gogh é um artigo interessante do ponto de vista teórico e mostra-nos alguns pontos centrais onde nos devemos apoiar, tais como: porquê um curso online?; O curso online ideal; o guia de estudo do curso online; o porquê da inexistência de livros online; que actividades desenvolver; a comunicação (assíncrona, síncrona e por e-mail) e a interacção (conteúdo/aluno; aluno/instrutor; aluno/aluno) que levam à construção da competência interactiva e ao processo de aprendizagem.
3) HERRINGTON, Anthony; HERRINGTON, Jan; OLIVER, Ron; STONEY, Sue & WILLIS, Jackie (2001) "Quality Guidelines for online Courses:The Development of an Instrument to Audit Online Units": este artigo é de character teórico- prático na medida em que procura, para além de analisar os princípios fundamentais de um guia para o desenvolvimento de unidades curriculares, fornecer esse mesmo guia (criado pela Universidade Edith Cowan) através da indicação de três princípios (e sua análise) – Pedagogias; Recursos e Tarefas de Disponibilização.
4) TINKER, Robert (2001) "
E-learning Quality: The Concord Model for Learning from a Distance": apoiando-se nas semelhanças e diferenças entre o Modelo da Palestra Online e o Modelo da Correspondência online (referindo que nenhum dos modelos usa o potencial da colaboração entre estudantes), o artigo trabalhado pelo grupo Lusófono mostra a eficácia do
Modelo Concord (bem como as suas limitações). As oito características deste modelo (Colaboração Assíncrona; Inscrições Limitadas, Especialista / Facilitador; Confiança; Calendários claros; Excelentes materiais; Boa Pedagogia; Garantia de qualidade) parece uma boa alternativa a outros modelos; porém os custos com a formação parecem ser uma limitação, à qual certamente se opõe os benefícios (como chegar a mercados pequenos e fornecer tópicos de especialização; complementar recursos locais; aumentar a flexibilidade e passar fronteiras).
5) HOLSAPPLE, Clyde. W. & LEE-POST Anita (2006) "
Defining, Assessing, and promoting E-learning Sucess: An information systems perspective": propondo um modelo de sucesso de e-learning orientado para a concepção, desenvolvimento e promoção de iniciativas de e-learning, o artigo trabalhado pelo grupo Almada Negreiros é um artigo que fala na criação de um modelo que parte da perspectiva de DeLone e McLean de 1992 – perspectivando as seis dimensões relativas a factores de sucesso (Qualidade do Sistema; Qualidade da Informação; Utilização; Satisfação do Utilizador; Impacto Individual e Impacto Organizacional) – chegando a uma nova concepção em 2003 – combinando os impacto individual e organizacional numa única dimensão (Benefícios Líquidos) e acrescentando uma nova dimensão (Qualidade do Serviço). Do alargamento e simplificação deste modelo surge aquele que está na base do Modelo de Sucesso do E-Learning que parte de três fundamentos aliados às várias dimensão e, temos assim a Concepção do Sistema que tem presente as dimensões da Qualidade do Sistema, da Qualidade da Informação e da Qualidade do Serviço; Disponibilização do Sistema que manifesta a inter-relação entre a utilização e a satisfação do utilizador; os Resultados do Sistema que tem presente aquilo que se mostra ora como positivo ora como negativo em relação aos Benefícios Líquidos. Assim sendo o sucesso global nas iniciativas em e-learning, segundo este artigo, depende da obtenção de sucesso no desenrolar das três dimensões fundamentais relacionadas com a concepção do sistema. No sentido de validar este modelo a metodologia ‘pesquisa – acção’ mostra a circularidade entre os conceitos de Diagnóstico (analisar os impedimentos), Planear (medidas de reforço), Agir (aplicar tais medidas), Avaliar (o impacto das medidas) e Aprender (para um melhor conhecimento do e-learning). Apresentando a motivação dos estudantes (inclinados para a aprendizagem online) e o potencial educativo da internet como factores positivos do e-learning, este artigo refere, ainda, a necessidade de contacto humano como factor negativo no processo do ensino em e-learning.
Daquilo que foi referenciado pode concluir-se que o artigo de CARR-CHELLMAN, Allison & DUCHASTEL, Philip (2000) "The ideal online course" é um artigo que se debruça sobre as questões de carácter mais teórico relativas ao curso em e-learning, ao passo que o artigo de ACHTEMEIER, Sue D.; MORRIS, Libby, V.; FINNEGAN, Catherine L. (2003) "Considerations for Developing Evaluations of Online Courses" se refere, de forma precisa e prática, à construção de inquéritos para avaliar a qualidade de um curso online. De carácter teórico-prático o artigo de HERRINGTON, Anthony; HERRINGTON, Jan; OLIVER, Ron; STONEY, Sue & WILLIS, Jackie (2001) "Quality Guidelines for online Courses:The Development of an Instrument to Audit Online Units" analisa os princípios e procura desenvolver, apartir deles, um guia para o desenvolvimento de unidades curriculares. Os artigos de TINKER, Robert (2001) "E-learning Quality: The Concord Model for Learning from a Distance" e de HOLSAPPLE, Clyde. W. & LEE-POST Anita (2006) "Defining, Assessing, and promoting E-learning Sucess: An information systems perspective" fornecem-nos experiências de modelos - Modelo da Palestra Online, Modelo da Correspondência online e Modelo Concord (1º artigo) e Modelo de Sucesso do E-Learning (2º artigo) – embora o segundo artigo verse sobre a construção do mesmo (a partir de dimensões assentes em três fundamentos) enquanto que o primeiro analisa as experiências efectuadas com tais modelos (analisando, pormenorizadamente, o Modelo Concord).
Apesar dos artigos divergirem em termos de perspectivas de análise há algo de comum entre eles: a necessidade de perceber unidades de medida para a avaliação dos cursos online. Quais serão, então, essas unidades de medida? Em que estarão centradas?
Penso que poderemos dividi-las em duas grandes áreas (sugeridas pelos artigos "Quality Guidelines for online Courses: The Development of an Instrument to Audit Online Units" e "The ideal online course").quando falamos da avaliação dos cursos em e-learning:
1) A preparação do curso em e-learning: onde surgem questões relativas à apresentação do interface gráfico; da formação de professores; das características dos alunos seleccionados; da preparação, calendarização, precisão, objectividade e definição claras de actividades e conteúdos; a revisão científica dos cursos; o acompanhamento institucional dos mesmos; a necessidade de tornar transparente o uso da tecnologia.
2) A execução do curso em e-learning: o tipo de tecnologia a utilizar; a necessidade de motivar os alunos (actividades que impliquem a aplicação a una realidade próxima); a importância da comunicação e os vários tipos de comunicação a utilizar (para facilitar e não para dificultar a actividade dos alunos); o colaboracionismo entre os alunos (actividades que impliquem cooperação); aproveitar as vantagens da internet e saber afastar as desvantagens; as relações entre professores e alunos e entre alunos e alunos (de forma a proporcionar um clima de confiança e honestidade); os feedbacks relativamente às actividades dos alunos.
Para além das unidades de medida referidas nos vários artigos é certo que a implementação de um curso online de sucesso não é tarefa fácil e necessita de ter em conta o ROI (ou fim do mesmo -‘benefícios líquidos’- como surge no artigo "Defining, Assessing, and promoting E-learning Sucess: An information systems perspective") de um curso para que o mesmo seja recomendado e assim considerado de qualidade. Neste sentido a aplicação de inquéritos aos alunos que versem sobre a análise da qualidade dos mesmos são fundamentais, mas não dem esquecer nenhuma das seis dimensões ou das onze perguntas propostas no artigo "Considerations for Developing Evaluations of Online Courses", sob pena de fornecerem uma avaliação pobre ou uma avaliação pouco centrada nos aspectos essenciais.
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