quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A qualidade no ensino aprendizagem em contexto online: uma teia de factores - Reflexão e Balanço

In http://hipertexto.wikidot.com/local

A primeira actividade da disciplina de Concepção e Avaliação em E-Learning foi levada a cabo a partir de  duas tarefas distintas: a primeira consistiu na tradução de dois textos pela turma e apresentação dos mesmos em fórum e, a segunda, consistiu num debate sobre os “Factores de Qualidade em E-Learning”.

Em relação à primeira tarefa houve uma adesão da turma bastante significativa a partir da proposta da colega Maria João, a qual criou um wiki para a elaboração da tradução dos dois artigos. Foi bastante significativo o seu envolvimento inicial nesta função de homogeneização para a distribuição de tarefas relativas à tradução – o que levou à consistente organização da turma -. Após a inscrição de cada um dos elementos começámos a fase mais complexa – a tradução – sendo que, sempre que existiam dúvidas em frases ou em conceitos, as mesmas eram colocadas em fórum para que os diversos alunos se pudessem manifestar e, assim, auxiliar o tradutor na sua significativa tarefa. Parece-me que este envolvimento da turma se deve ao facto dos alunos inscritos serem, efectivamente, alunos motivados para o ensino online e empenhados na resolução das tarefas propostas como forma de alargar os seus horizontes. Com esta primeira abordagem foi criado um clima de ‘sala de aula’ bastante favorável o qual proporcionou não uma tradução fechada (em que cada aluno estivesse apenas centrado na sua tradução), mas sim uma tradução aberta, ou seja, uma tradução discutida pelos vários intervenientes. Só assim foi possível chegar à fase final com tão boa qualidade de tradução, de discussão já efectuada e de trabalho realizado, que com facilidade, possibilitou a passagem para a tarefa seguinte. Ainda antes de passarmos para essa tarefa cada um dos alunos deu o seu contributo pessoal elaborando um levantamento do conjunto de factores que determinam a qualidade dos cursos online. Esta apresentação pessoal também suscitou um debate positivo que orientou a passagem para a segunda fase da primeira actividade.

Neste segundo momento desta actividade, pela inexistência de mediação directa da docente, houve, mais uma vez, a necessidade de intervenção de alguém do grupo turma para que a discussão fosse efectivamente iniciada (digo efectivamente porque a discussão em fórum era já longa na que toca às traduções). Isso aconteceu quando, novamente a colega Maria João, ao elaborar a sua reflexão colocou uma questão bastante pertinente relativamente aos artigos lidos e traduzidos (PENNA, Maria Pietronilla & STARA, Vera (2008) "Approaches to E-learning quality Assessment". e WISENBERG, Faye & STACEY, Elizabeth (2005) "Reflections on teaching and Learning Online: Quality program design, delivery and support issues from a cross-global perspective". Distance Education Vol.26, Nº3, (385-404)) : ‘Qualidade versus Sucesso’. Ora desta questão saíram as mais diversas reflexões sendo de salientar que, apesar de existir uma consideração geral de que não há identificação entre os dois conceitos, houve quem considerasse existir uma continuidade entre a qualidade e o sucesso de um curso online e houve quem considerasse não existir uma dependência directa entre qualidade e sucesso. Certamente que são posições distintas que passam pelo ROI de um curso online e que trazem anexadas os mais diversos factores pertinentes numa abordagem sobre a qualidade do e-learning. Na minha perspectiva a qualidade de um curso está relacionada com o sucesso do mesmo (porque se um curso online estiver bem construído de raiz e tiver todos os apoios humanos, técnicos, institucionais e operacionais bem como uma massa humana – professores e estudantes capazes de acompanhar o ritmo e o pretendido em termos de um curso online – certamente que será um curso de sucesso, trazendo o retorno sobre o investimento -), mas compreendo que por vezes um curso online pode até ser um curso bastante bem construído, mas com um sucesso diminuto ou vice-versa (um curso pouco estruturado, mas com bastante sucesso). Certamente que isso poderá resultar da forma como encaramos tanto o sentido de qualidade como o sentido de sucesso, sendo que a qualidade é mensurável, de forma perfeitamente objectiva, enquanto que o sucesso o será de forma mais subjectiva (embora se possa também alegar que a quantidade de alunos integrados no mundo do trabalho com este tipo de curso levará à identificação do sucesso, de forma objectiva – como acontece nos EUA). Esta questão ‘qualidade versus sucesso’ levou a turma pelos mais diversos caminhos, levando mesmo a abordagens institucionais (caso de alguns colegas que fazem parte de equipas de trabalho relacionadas com o ensino online) ou a abordagens pessoais tanto na perspectiva do aluno (por exemplo deste mestrado) como na perspectiva do docente (uns em sentido real, outros quase que num sentido de ‘role playing’). Assim sendo compreendemos a importância da concepção / estruturação de um curso online e os vários factores interdependentes que possibilitam um curso deste tipo ser considerado um curso de qualidade. Os factores humano (docentes, alunos, gestores, administrativos…), técnico (do programa e da própria tecnologia utilizada) e operativo (institucional e administrativo) são fundamentais nessa construção, bem como na execução e avaliação do mesmo. Por isso questões de carácter mais prático (relacionadas com questões técnicas e pedagógicas), bem como questões mais teóricas (relacionadas com as características das pessoas e das instituições) foram efectivamente afloradas. 

Na minha perspectiva o envolvimento da turma levou a que esta fosse uma tarefa bem sucedida e se efectuasse uma aprendizagem de qualidade (aprendizagens significativas), o que permitiu que o desenrolar da tarefa não se tornasse monótona (o que por vezes pode acontecer com tarefas como a tradução), mas sim activa o que não só manifesta as qualidades dos alunos, mas ainda a definição da tarefa e o empenho do conjunto da turma na motivação para a aprendizagem (tanto pessoal, como global). Certamente que se notou alguma diferença entre os alunos que estão a tempo parcial (como é o meu caso) e os que estão a tempo total, sendo que estes tiveram, por vezes, uma maior dificuldade no acompanhamento da leituras das várias mensagens e na efectiva participação no debate em fórum.

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